Pretendia a Pró-Memória apresentar neste ano de 2020, por altura da festa de Nª Sra da Luz, uma exposição acerca desta tradição, suas vivências e memórias. Dada a situação de exceção que todos atravessamos, esta foi também uma atividade que ficou adiada. Não querendo, contudo, perder a oportunidade de partilhar alguns registos que possui, selecionou entre muitos outros, algumas fotografias e um excerto do texto que está publicado no livro A dos Cunhados, Itinerários da Memória, 2002 e apresentá-las-á ao longo destes 10 dias do mês de setembro.
Festa de Nossa Senhora da Luz – A dos Cunhados
Breve resenha histórica
“De todas as festas, uma das mais antigas na freguesia e considerada como de toda a paróquia é, naturalmente, a de Nossa Senhora da Luz de A dos Cunhados. Paralelamente com a Senhora da Graça, celebrada pela comunidade de agostinhos de Penafirme, a devoção à senhora da Luz surge atestada aquando da construção da primeira ermida, que teve por orago, certamente por influência do culto à Senhora da Luz promovido em torno do seu santuário de Carnide e cuja área de influência se estendia, já desde o sec. XV, à região de Torres Vedras. A erecção da paróquia, em 1581, fez da sua festa um momento central da vida paroquial, reforçada com a criação da respectiva Irmandade. Os poucos dados existentes apontam para a realização da sua festa a 2 de fevereiro, associando o título de Senhora da Luz ao rito que abria a celebração desse dia, ou seja, a procissão com as velas, após a solene bênção pronunciada pelo sacerdote.
Por concessão pontifícia, a Irmandade recebia, em 1750, a possibilidade de, além da Purificação de Nossa Senhora (2 de Fevereiro), reafirmada com sua festa principal, poder celebrar outras quatro festas, todas elas contempladas com indulgências plenárias: no dia da Incarnação ou Anunciação do Senhor (25 de Março), de Santa Ana (27 de Julho), da Natividade de Nossa Senhora (8 de Setembro) e da Imaculada Conceição (8 de Dezembro). Surgia, deste modo, o 8 de Setembro como uma das outras festas da paróquia e, com o tempo, acabaria por tornar-se o dia fixado para a celebração da sua padroeira.
Assim acontecia já em 1876, quando em agosto, «Julião Lourenço Alves e António Ferreira, sapateiros, deste lugar, procuraram o parocho e disseram-lhe que desejavam festejar a padroeira da freguesia: Nossa Senhora da Lus. Feitas as advertências que julgou, o Rev. Parocho, convenientes, mandou-lhes entregar a bandeira e eles aquiesceram, prometendo, promovendo as festas, ter em vista a honra de Deus e dos christãos». (…)
In: A dos Cunhados, Itinerários da Memória, itinerário III, Tradições, cap.IX, vários, ed. Pró-Memória 2002
Curiosidade: Ao pesquisar dados para este artigo, verificou-se que neste ano de 2020, perfazem 450 anos em que um grupo de moradores de A dos Cunhados e Sobreiro Curvo faz um primeiro contrato pelo qual se obrigavam a construir e a manter, à sua custa uma ermida (que já em 1572 estaria edificada) dedicada a Nª Srª da Luz, cujo terreno situado junto à estrada que ligava estes dois lugares fora doado por Margarida Dias, viúva, aí residente.
Vede mais em: A dos Cunhados, Itinerários da Memória, itinerário IV, Património, cap.X, vários, ed. Pró-Memória 2002
Fotos
Algumas fotos, nem todas datadas, mas que pela investigação feita junto dos familiares e população, se crê pertencerem às décadas assinaladas. Aceitam-se colaborações neste campo.
Década de 1931-1940
Década de 1941-1950
Década de 1951-1960
Década de 1961-1970
Década de 1971-1980
Década 1981-1990
Década 1991-2000
Década de 2001-2010
Década de 2011-2020