As actividades realizadas no dia 23/24 Junho promovidas pela Pró – Memória Associação Cultural e Etnológica de A dos Cunhados decorreram dentro do previsto, embora com pouca participação da população no sábado e domingo de manhã. A grande afluência de público deu-se no Domingo à tarde.
No dia 23, sábado, o Rancho Folclórico Flores do Oeste de A dos Cunhados recriou, ao serão, uma desfolhada, intercalando algumas danças e cantares, a par do grupo que trabalhava sob as ordens do “feitor”.
Apesar de não ser ainda o tempo do milho maduro conseguiu-se assegurá-lo, aproveitando algum do ano anterior. Até o milho rei apareceu!
No dia seguinte, 24 de Junho foi a vez do Rancho Folclórico de S.Miguel do Milharado que brindou a todos com o trabalho na eira. O trigo, antecipadamente ceifado por elementos da Pró – Memória, foi colocado na eira e aí, sob o peso do “mangual” os homens batiam as espigas e faziam soltar os grãos. Depois levantaram-no ao ar para soltar a palha, varreram-no e ensacaram-no.
Um “agricultor” transportou esse trigo no burro até à Azenha, onde iria ser transformado em farinha. Como não estava muito limpo para ser moído, foi substituído por outro junto às mós e procedeu-se à inauguração da moagem na presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal e representante da Junta de Freguesia, bem como dos elementos do Coro Infantil da Pró-Memória.
À parte deste momento, ali ao lado e na rua, amassava-se e tendia-se o pão. Os fornos aqueciam à vista de todos. De lá saíram pães, merendeiras com chouriço, com torresmos, e com sardinhas.
Após a inauguração da moagem, procedeu-se à abertura de uma Exposição de sacos de transporte de cereal à Azenha e outros para retorno do mesmo, já transformado em farinha. Muitos eram também os sacos de pão expostos desde os mais elementares, aos ricamente bordados com motivos ligados ao pão (a ceifeira, o burro do moleiro, as espigas e as papoilas, etc.).
O Coro Infantil da Pró – Memória fez a sua primeira apresentação brindando a todos os presentes com algumas canções e danças tradicionais adequadas à situação (a padeirinha, a moleirinha, a Ciranda, entre outras).
A tarde ficou muito animada e os presentes permaneceram até à noite, visitando a moagem, a exposição e provando do pão que ia saindo.
Também o forno da casa do moleiro estava a funcionar, embora mais para os visitantes verem do que para cozer o pão.
Foi uma actividade considerada pelos mais velhos como “um reviver”; para os mais novos, foi algo de estranho, sobretudo quando viram a farinha a sair das mós. Consideramos, contudo, que apesar da sequência dos trabalhos nos obrigar a percorrer diversos espaços e não termos uma eira propriamente dita, o ritmo que se conseguiu imprimir às actividades deu para apreciar e valorizar o trabalho agrícola, agora tão fora do nosso quotidiano.
Esperamos voltar a estas dramatizações e deixamos já o apelo a uma maior participação da população nas mesmas, intervindo de uma forma mais directa.
Um agradecimento a todos os participantes e colaboradores e de um modo muito especial à Fundação Inatel por nos ter proporcionado o apoio monetário que tornou possível esta realização.